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7 de fevereiro de 2011

Réu no caso do mensalão indica assessor especial do Min. das Cidades; ou: É o Governo ético de Dilma

Leiam o que informa Silvio Navarro, na Folha on-line. O título é meu. Comento no post seguinte. 

Com um dos mais poderosos orçamentos da Esplanada (R$ 18,5 bilhões), o PP loteou o ministério das Cidades com ex-parlamentares e dois ex-assessores do governador baiano Jaques Wagner (PT) em postos de comando.

Gerenciado desde janeiro pelo deputado baiano Mário Negromonte (PP), o ministério terá Cássio Ramos Peixoto como chefe de gabinete. Ele era diretor da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da gestão Wagner na Bahia.

Ex-deputado estadual, Roberto Muniz (PP-BA) assumirá a secretaria-executiva, posto mais importante da pasta depois do ministro. Ele foi secretário da Agricultura do governo baiano.

Ao contrário do seu antecessor, Márcio Fortes, que era conhecido pelo perfil técnico, Negromonte fez carreira política como deputado e hoje é presidente da seção baiana do PP. No Estado, ele apoia o governo Wagner.

Em troca, o governador ajudou a referendar a indicação do pepista para o ministério diante da pressão do PT para ficar com a pasta.

Wagner fez questão, inclusive, de comparecer à posse de Negromonte no cargo no início de janeiro. O ministro nega interferência.

O PP também escalou o ex-deputado Feu Rosa (PP-ES) para cuidar da relação da pasta com o Congresso.


Rosa chegou a ser citado no primeiro relatório da CPI dos sanguessugas, de agosto de 2006, como um dos parlamentares que teriam destinado emendas para o esquema. Quatro meses depois, foi excluído do texto final.

O Ministério das Cidades é um dos destinos favoritos dos parlamentares para direcionar suas emendas devido ao alto potencial de capitalização política com obras como saneamento e habitação.

A pasta tem ainda nomes indicados por outras lideranças, como Rodrigo Figueiredo, que ocupava a secretaria-executiva na gestão de Márcio Fortes. Homem forte no ministério, Figueiredo é da cota do deputado federal Pedro Henry (PP-MT).

Na administração de Negromonte, porém, Figueiredo foi "rebaixado" para uma assessoria especial. O ministro diz que se trata de "readequação", mas, segundo Folha apurou, o nome dele não agradava ao Planalto.

Figueiredo também teve histórico de desentendimentos com deputados. Henry é réu no caso do mensalão. Agora, ocupa a Secretaria de Saúde de Mato Grosso.
Também ex-deputado, Leodegar Tiscoski (PP-SC) foi mantido à frente da Secretaria Nacional de Saneamento.

Há uma "cota" alagoana na pasta. O diretor-presidente da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Elionaldo Magalhães Moraes, é ligado ao senador Benedito de Lira (PP-AL).

OUTRO LADO
Negromonte diz que todos os nomeados por ele para a pasta são "técnicos experientes".

"Cássio Ramos Peixoto é um técnico com larga experiência no setor público. O Roberto Muniz é um técnico com experiência política", afirmou o ministro.

Peixoto é o seu chefe de gabinete, e Muniz será o secretário-executivo da pasta. Ambos eram quadros do governo da Bahia na gestão de Jaques Wagner (PT).

Advogado, Negromonte exerceu por quatro vezes o cargo de deputado federal e foi reeleito pelo PP baiano nas eleições de outubro.

Ele teve passagens por PMDB (1986-1988), PSDB (1988-2001) e PPB (2001-2003), que virou Partido Progressista em 2003, ano em que Jaques Wagner assumiu o governo do Estado --no último pleito, já era seu aliado.

Negromonte refuta, porém, que tenha havido interferência do governador nas nomeações nas Cidades.

"A influência do governador Jaques Wagner [nas nomeações] foi zero. O governador nunca sugeriu um nome", afirmou.

Sobre o ex-deputado Feu Rosa, o ministro afirmou que Rosa "já estava lá [no ministério] havia muito tempo".

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