Leiam o que informa Valdo Cruz, na Folha on-line. O título é meu. Comento após a notícia.
A presidente Dilma Rousseff não vai propor uma reforma da Previdência Social e deve deixar para o Congresso a reforma política.
Segundo Dilma diz a interlocutores, não vale a pena investir em reformas que impliquem custo político e consumo de energia monstruosa neste início de mandato.
A presidente prefere usar seu capital político na aprovação de três ou quatro projetos pontuais da reforma tributária, entre eles a desoneração da folha de pagamento, que devem ser enviados ao Congresso em fevereiro.
Em sua opinião, essa é a prioridade da agenda política para dar mais competitividade ao empresariado nacional, principalmente diante do aumento da competição de produtos externos.
A equipe de Dilma avalia as chances de aprovação da reforma em bloco são praticamente nulas.
Em sua segunda semana de trabalho, Dilma dirá à sua equipe que terá de fazer cortes em seus orçamentos para garantir o cumprimento da meta de superávit primário de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) e vai exigir de todos ministros que façam mais com menos.
O recado será dado amanhã, durante sua primeira reunião ministerial, quando também irá cobrar compromisso com a ética e a prática republicana de gestão.
Segundo ela defende em conversas, esse princípio não será uma recomendação, mas uma exigência. Ela dirá à sua equipe que não vai deixar de tomar providências toda vez que houver uma acusação procedente.
Sua insistência nesse ponto, segundo interlocutores, tem o objetivo de mostrar que não será tolerante com desvios. Na avaliação da presidente, a máquina pública tem de ser transparente, passível de controle total, mas reconhece que não é possível garantir preventivamente que não irão surgir problemas em seu governo.
Para sintetizar seu pensamento sobre o tema, diz não querer a virtude dos homens, mas das instituições.
Íntegra aqui.
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Digam-me quantas textos vocês já não leram sobre o estilo Dilma de governar? Ela teria, por assim dizer, um estilo mais racional, mais comprometido com a eficiência e, sobretudo, mais discreto que o de Lula.
Bobagem.
Dilma inaugura o estilo "Zeca Pagodinho de Governo". É o estilo Deixo-a-vida-me-levar. A suposta facilidade - porque maioria no congresso - que ela teria para fazer as reformas mais importantes para o País (caso da previdenciária) era ou não era um dos motivos que a turma da campanha aleardeava para justificar o voto nela?
A suposta chancela política que lhe dava seu padrinho era ou não era aventada como uma justificativa para o voto em Dilma?
O governo de Dilma é mais "discreto" - eu não sei muito bem o que é um governo discreto - que o de Lula? Pode ser. Seria menos danoso? Não tenho tanta certeza. A mulher forte que se apresentou aos brasileiros adia uma importante reforma porque teme ver desmoralizada sua imagem de ... mulher forte!
É mesmo uma piada.
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