O noticiário econômico é, via de regra, dos mais difíceis de serem entendidos. A linguagem, é verdade, chega ao público eivada de expressões indigestas e poucos são aqueles que se aventuram mesmo a empreender uma análise das notícias da Economia. É o caso do post abaixo. Eu, tampouco, tenho conhecimento para avaliar tudo o que vai ali. O que sei é que não cheira bem - apesar de parecer coisa boa.
O BC comprou mais de 40 bilhões de dólares para tentar conter a desvalorização do dólar frente ao real (ou seria a valorização do real frente o dólar? hehehe). Por quê? Porque a moeda americana valorizada é notícia ruim para o exportador brasileiro. Para piorar, o cenário não é dos melhores.
Recentemente, os Estados Unidos anunciaram uma injeção de 700 bilhões de dólares na economia deles. Com os juros mais altos do mundo, boa parte destes dólares virá para o Brasil e o governo, sem remédio, terá de comprá-los se não quiser vê-los no mercado mandando as exportações e, por consequência, a balança comercial para as cucuias.
A manobra dos EUA fez Obama apanhar bastante na última reunião do G-20. A verdade é que ele não vai ceder porque não pode. Não tem outro recurso a não ser injetar dinheiro na sua economia. "E se baixassem os juros?". Pois é, se houvesse juros a baixar por lá essa seria, certamente, a melhor solução. Não há. Os juros nos EUA estão a quase zero, medida que se mostrou ineficiente para reerguer a economia que agora depende de injeções diretas de capital.
Ao comprar os dólares, o governo brasileiro trilha um bom caminho? Certamente não! A medida pode até funcionar de modo paliativo, mas é a verdade é que uma hora ou outro esses dólares irão para o mercado, trazendo as consequências dessa migração.
O que fazer, então? Não há, como quer o governo, fórmula mágica para a política econômica. A política atual do Brasil age em duas frentes antagônicas: sabe que o dólar não pode desvalorizar frente ao real, mas mantém os juros altos, atraindo mais dólares.
Por que, então, não diminuir os juros?
Eis o busílis da questão, que é, antes, de natureza política que econômica.Na reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária, em dezembro (saudada como a última do governo Lula e também como primeira do governo Dillma), onde se poderia alterar esse quadro, o que se viu foi a total inércia. A taxa básica de juros foi mantida a 10,75% ao ano - como já disse, uma das maiores do mundo.
Ao invés de jogar a taxa para baixo - uma media politicamente impopular - o Copom resolveu - numa manobra também política - esperar o resultado de uma série de medidas que restringem o crédito anunciadas dias antes.
A redução de juros é impossível? Não, não é! Só que implica na redução de gastos do Governo. Henrique Meirelles, já naquela altura saindo do poder, iria se indispor?
Acabo de ler uma entrevista dele na Veja da semana. Diz o ex-presidente do BC que a instituição gozava de autonomia para fazer política monetária.
Hummm... Não sei! Desconfio que a real autonomia do Banco Central é, sim, para fazer política, mas não necessariamente a econômica.
Como naquele poema de Drummond que José era incitado à ação, resta perguntar:
Como naquele poema de Drummond que José era incitado à ação, resta perguntar:
E agora, Dilma?
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