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28 de janeiro de 2011

Os indecorosos: 70 no ato pró-Battisti

A notícia é de Flávio Ferreira, na Folha on-line. Comento em seguida. 

Um ato em defesa de Cesare Battisti, pivô de um impasse diplomático entre Brasil e Itália, levou na manhã desta sexta-feira (28) cerca de 70 pessoas à calçada em frente ao consulado italiano, na avenida Paulista, em São Paulo.

Manifestantes estenderam faixas em frente ao prédio, que fica próximo ao Conjunto Nacional e à estação de metrô Consolação. Lia-se nelas: "Liberdade a Cesare Battisti" e "Não à criminalização de Cesare Battisti e [dos] movimentos sociais".

O apoio a Battisti tematizou discursos de representantes da esquerda brasileira, como integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Liga Operária.

Cerca de 20 policiais civis e militares, em três viaturas, acompanharam de perto a manifestação, que não chegou a atrapalhar o trânsito da região.

Ex-membro do PAC (Proletários Armados para o Comunismo), organização radical ativa nos anos 70, Battisti foi condenado a prisão perpétua por quatro homicídios na Itália, nos anos de chumbo. Preso no Brasil desde 2007, ele nega os crimes e se diz "perseguido pelo Estado italiano e pelo Judiciário brasileiro".

O país requer sua extradição, negada pelo presidente Lula no apagar das luzes de seu governo. A decisão, agora, está nas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal).

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Confesso que abri a notícia no site da Folha movido pela curiosidade de saber quem eram os tais 70 que tinham comparecido à manifestação pró-battisti. Batata! Lá estão os representantes dos ditos movimentos sociais - que se querem representantes da sociedade, mesmo quando não conseguem reunir uma centena de pessoas num ato que deveria interessar a toda a sociedade. 
Mas eles são assim mesmo. 

Querem é implantar a sua [deles] agenda se dizendo representantes de toda a sociedade. 

Notem que a manifestação é mais para defender a causa própria que propriamente para manifestar apoio a Battisti. 

"Não à criminalização de Cesare Battisti e [dos] movimentos sociais".

Ah, os valentes acham-se criminalizados, não é? É bom que tenham unido um terrorista com os tais movimentos sociais na mesma frase. Ninguém criminaliza nem um nem outro. É que Battisti É um criminoso e os movimentos sociais, muitas vezes, cometem, sim, crimes. 

Battisti cometeu crimes comuns - esse foi inclusive o entendimento do STF - e não políticos. É claro que o MTST têm o direito de defender suas posições. É claro que Battisti tinha direito de lutar pelo que acreditava certo em seu País. Não reconheço o direito de cometer crimes. 

Não há possibilidade possível. Tem gente que custa a entender que o ideário de um "mundo justo" não justifica o emprego da barbárie. Para mim, os 70 indecorosos que se reuniram hoje em São Paulo são tão criminosos quanto Battisti - mas de um tipo diferente e talvez mais perverso de crime: o moral. 

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