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6 de janeiro de 2011

Pobre BC!

Ontem postei um longo texto no qual expus porque achava que a política monetária do Brasil não poderia frear a desvarolização do dólar. Em suma, era uma análise do período Meirelles. Sob Dilma, quem preside o BC é Alexandre Tombini. Querem saber como será sua gestão? Já temos uma pequena demonstração. 

Leiam o que informa Eduardo Cucolo, na Folha on-line. 


O Banco Central anunciou uma medida para evitar que as instituições tomem dólares emprestados no exterior para aplicar no Brasil.

Segundo a instituição, os bancos terão de recolher, sob a forma de compulsório, 60% do valor correspondente à sua posição "vendida" no mercado de câmbio que exceder o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões ou o seu patrimônio de referência.

Ontem, o BC informou que as apostas dos bancos na queda do dólar alcançaram um nível recorde de US$ 16,8 bilhões. Essas são as chamadas posições "vendidas", que podem ser consideradas as "apostas" dos bancos na depreciação do dólar em relação ao real.

Se os bancos quiserem reduzir essa "posição" terão de comprar dólares, o que pode afetar a cotação da moeda.

O novo compulsório será recolhido em espécie e ficará depositado no BC sem remuneração. As instituições têm 90 dias para se adaptar a regra.

A moeda norte-americana fechou ontem cotada a R$ 1,675, com avanço de 0,66% sobre o dia anterior.

Para tentar segurar a alta em 2010, o Banco Central comprou US$ 41,4 bilhões no mercado de câmbio. Em 2009, foram US$ 24 bilhões. As intervenções superam o valor que entrou no país no período por meio de operações financeiras e comerciais, de US$ 24,3 bilhões. Nesse mesmo período, a taxa cambial passou de R$ 1,74 para R$ 1,66.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou que o governo brasileiro não irá "medir esforços" para evitar o derretimento do dólar ante o real. A perda de valor da moeda norte-americana, ressaltou na ocasião, acontece em todo o mundo, e não apenas no Brasil, em decorrência dos sinais mais positivos da economia dos Estados Unidos.

O titular da pasta afirmou ainda que o governo fará um forte ajuste fiscal no início deste ano, reduzindo bastante a demanda do governo. De acordo com o ministro, com gastos estatais menores, reduzem as pressões inflacionárias e facilita o trabalho da política monetária, coordenada pelo Banco Central, que poderá gradualmente reduzir os juros.

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